Tudo começou com um show do Montage que rolou lá na Casa Fora do Eixo em meados de 2007. O gestor cultural do Espaço cubo, Pablo Capilé, trocou uma idéia com Cleiton Araújo, e falou sobre a possibilidade de criar uma noite semanal de música eletrônica naquele lugar. Após alguns contatos, mano Cleiton chamou Pedro Nogueira aka Pepa e disse: “ Pepa, bóra fazer uma baladinha marota lá na Casa Fora do eixo, lance underground, a gente chama uma galera de outros lugares pra tocar e movimenta a cena”. Lembrando que nessa época vertentes com o techno e o house estavam sendo sufocadas pela momentânea onda do Psytrance.
No princípio, as noites eram semanais e aconteciam as sextas, e pra deixar a coisa mais legal, a primeira foi no dia 13. Iahul! Com o line-up composto só por djs locais, as noites demonstravam que o projeto se tornaria algo interessante. Cada noite possuía características únicas, muitas coisas eram feitas no improviso e de última hora. Improviso esse que numa bela noite rendeu um palco recheado de televisões de diversos tamanhos, inesquecível.
Como a Casa Fora do Eixo nunca havia recepcionado o público cativo do tunts-tunts, as duas ou três primeiras noites foram empoeiradas. A quantia excessiva de freqüências graves num volume muito alto, faziam a estrutura toda tremer, e a poeira que estava no forro deu o ar da graça na pista, ou seja, todo mundo chegou em casa com o couro cabeludo preto e com o nariz cheio de tatu, e dos pretos. Rs rs rs.
Nessa época, quem encabeçava o projeto era o Cleiton e o Pepa, além do pessoal do Espaço Cubo que fazia parte do staff que trabalhava na casa. De forma coadjuvante, Angela Viganó, Atila Lima, Lucas aka Gorduraz, Paloma Okamura, Polly, Faraz e Vitor Goes também faziam parte do movimento. Pronto! A Underlab caiu na graça da galera, está na hora de começar a trazer artistas de fora! E o escolhido fooooi, Amnesia de Brasília. Além do set na Underlab, o cara também deu um workshop de produção musical lá no MISC, que abriu novos horizontes aos aspirantes a produtores. (É nêgo, o negocio não é só bombação de pista não, rs). Depois dele, vieram Komka, e em parceria com Gustavo Bongiolo, André Maggi e Rodrigo Novaes, Renato Ratier e Julião.
Certa noite, de repenteMEEENTE, surge na caixinha preta, nada mais nada menos do que ele, o canhoto mais influente do rock brasileiro, Edgar Scandurra! É camarada, o cara já fez um set na Underlab, tá pensando que é brincadeira, tá!?
Várias edições aconteceram, umas cheias outras nem tanto, umas legais e outras nem tanto. Um montão de djs locais tocou por lá, um montão de gente foi pra conhecer e gostou, ou não.
O ano chegava ao final e o público crescia a cada edição. O verão chegou, todo mundo viajou e a Underlab entrou em férias coletivas!
Aguarde cenas do próximo capítulo!
A primeira parte da trilogia underlébica fica por aqui.
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